6 de dezembro de 2008

Pequeno, tradicional e de rua: o comércio

Se por um lado a conjuntura económica tem diminuído o poder de compra, a ameaça das grandes superfícies ameaça não só os grandes centros mas também os pequenos concelhos. Fornos de Algodres, já sente na pela a fuga dos clientes, que se afirmam cada vez menos

Vendem três vezes menos que há cerca de dois anos atrás. A concorrência das grandes superfícies faz desanimar aqueles que durante décadas se dedicaram ao comércio tradicional. Temem que a situação piore e acabe mesmo por ‘matar’ este tipo de comércio.
As queixas dos comerciantes instalados no centro do concelho de Fornos de Algodres, em especial na Nacional 16, avolumam-se a cada dia que passa. A falta de poder de compra, a crise no bolso dos cidadãos e até mesmo a instalação de parquímetros, todos contribuem para ‘destruição’ deste pequeno comércio.

Uma agravante chamada parquímetro
Manuel Matos, proprietário da Casa Matos, tem a sua superfície comercial aberta há 22 anos, mas tem consciência da conjuntura económica que se vive e se tem vindo a agravar. Para ele, de “há uns quatro ou cinco anos para cá, a situação tem-se agravado, e foram as grandes superfícies comerciais, que tudo importam, que vieram contribuir para a ‘morte’ do comércio tradicional”. Acrescenta ainda que a instalação dos parquímetros numa parte do troço da nacional, agravaram a situação. “Tinha clientes que paravam o carro vinham comprar uma caixa de fósforos, hoje, não o fazem. A moeda para o parquímetro custa mais que a própria caixa”. Da mesma opinião partilha a proprietária da Papelaria Fidalgo, “os clientes vinham, compravam o que desejavam e ainda dávamos um ‘dedo’ de conversa, o que actualmente não acontece. Quando entram, saem num abrir e fechar de olhos ou nem entram”, conta.
Os cafés, mercearias, restaurantes, papelarias e estabelecimentos que vendem um pouco de tudo, lojas típicas do século XX, dão, hoje, lugar a um ‘fim quase anunciado’ pela crise, pela descaracterização das lojas tradicionais e pelo facto de muitos comerciantes não terem poder de investimento para acompanhar as tendências da inovação do mercado.




(leitura integral da reportagem na versão em papel)

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