24 de novembro de 2012

SEP acusa «má gestão» no Centro de Saúde de Fornos de Algodres


Sindicalistas dizem que unidade esteve sem pessoal auxiliar durante uma semana e denunciam que ULS «tapa buracos» com «pessoal não qualificado» 


A delegação regional da Guarda do Sindicado dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusa a Unidade Local de Saúde (ULS) de «má gestão» por o Centro de Saúde de Fornos de Algodres ter funcionado durante uma semana sem qualquer auxiliar para a ação médica.
Segundo o Jornal O Interior, Joaquim Nércio, representante do sindicato, adianta que ao longo da semana passada «não houve um único auxiliar de serviço», numa situação que é «uma consequência natural» de «algumas dificuldades» no que diz respeito aos assistentes operacionais, que são poucos para a instituição. «Assim, quando surgem várias baixas em simultâneo podem ocorrer situações como esta», refere o sindicalista, que garante que o problema «foi denunciado em tempo útil» ao Centro de Saúde e à ULS. «Houve a promessa de que ia ser resolvido. Mas ninguém fez absolutamente nada e acabou por se chegar a este ponto, tendo sido posta em causa a qualidade e a salubridade do serviço», critica Joaquim Nércio.

O dirigente denuncia também que, «numa lei do desenrasca», foram deslocados algumas vezes para a unidade fornense «funcionários da própria Câmara Municipal» para «tapar os buracos» e efetuar algumas operações de limpeza. Contudo, o enfermeiro salienta que se trata de «pessoal sem qualificações», o que «compromete a ética e a segurança» e constitui uma situação «inconcebível» para um serviço público. Joaquim Nércio lembra de resto que o Centro de Saúde de Fornos de Algodres não abrange apenas aquele concelho, mas também «algumas áreas de concelhos limítrofes», servindo cerca de cinco mil pessoas. «Para esta população dispõe de médicos e enfermeiros em número suficiente, mas tem apenas quatro auxiliares», alerta o representante do SEP, responsabilizando a ULS, que coordena os recursos humanos, por «rácios deturpados» e por «não prever e precaver-se contra estes cenários».

Confrontada com estas acusações, fonte da ULS da Guarda afirmou que «em momento algum se verificou uma ausência completa de pessoal auxiliar» na semana passada, «nem tão pouco durante um dia». Segundo a ULS, o que sucedeu foi «uma situação pontual» devido ao «adoecimento de um dos auxiliares disponíveis», mas que foi «imediatamente resolvida com pessoal externo que assegurou o cumprimento das funções». Segundo o mesmo Jornal, esses elementos foram «deslocados» a partir de outros centros de saúde, «ao abrigo dos protocolos existentes entre as instituições», sendo por isso «pessoal qualificado e competente para o trabalho a desempenhar». A ULS rejeita por isso as alegações do sindicato e defende-se dizendo que «não tem nenhum batalhão de pessoal disponível», mas que se mantém «atenta» para «resolver da melhor forma possível» as situações que possam surgir.

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